domingo, 26 de fevereiro de 2012

Prova de Amor.

Acho que pra você a prova de amor tem que ser calada, escondida como se fosse um crime gostar.
Todos os dias eu acordo e penso como hoje vai ser triste porque não tenho o seu corpo ao lado do meu na cama.
Ou ainda como o dia pode ser inacreditavelmente melhor só porque não dormi direito por causa dos seus chutes e cotoveladas enquanto me empurra pra pontinha da cama (algo entre o final do colchão e o chão).

Mas isso não importa muito. Não importa também as horas infidaveis que eu fico esperando para receber uma mensagem sua de "bom dia". Os dias que fico esperando ansiosamente que você venha correndo só para vê-lo.
O tempo gasto em uma "make" ,penteado e roupas que vão deixar você me achando a mulher mais irresistível do mundo. O período de sexo selvagem que fazemos e nos deixa exaustos pelos proximos 3 meses - pelo menos é o que achamos.

Ainda não conta as ''saídas noturnas" que não vou só porque você vai achar bad eu estar numa festa legal de gente solteira, com gente solteira para gente solteira.
Não conta também todas as vezes que eu não posso te ligar, todas as vezes que eu não posso te mandar uma mensagem de 'eu te amo'' ou 'durma bem' porque eu não sei se você vai ler sozinho. Importa a ignorância do tempo que passei na cozinha me esforçando horrores para fazer um jantar romântico ( de hamburguer, concordo - pro amor da minha vida [sim, é isso que você é!]). Nos filmes que assisto e penso que poderíamos estar lado-a-lado comendo uma pipoca (minha especialidade na cozinha) e comentando mais sobre o filme do que realmente assistindo em meios a risadas e beijos.

Só importa as brigas, as discussões, o conflito que só servem para nos afastar ainda mais e deixar mais distante o amor que construímos durante esses 5 anos, 4 meses e 25 dias que estamos juntos.

Ainda não contei o quanto acho extremamente charmoso quando você fica com raiva de alguma coisa, os primeiros fios brancos que nascem na sua cabeça (e você corta o cabelo bem baixinho para disfarçá-los), a forma como anda e defende uma idéia. Ah, ainda tem o fato que você é super jeitoso com as tarefas domésticas e nem sei para onde vai nada (e você tira uma onda). Mas o fato de que talvez isso não tenha tanta importância em nossas vidas, pode ser óbvio e fico alienada tentando me lembrar disso todos os momentos possíveis para não esquecer por nada tudo que sinto por você

Acho que eu também não te contei um monte de outras coisas que eu não consigo me lembrar em uma sequencia cronológica.

E só uma última coisa: nem vou te contar que enquanto escrevo esse texto estou ouvindo as músicas do Jimy Hendrix que baixei porque você me pediu com tanta empolgação. E que esse mesmo texto é escrito porque você TAMBÉM me pediu que eu escrevesse tudo que te disse hoje ao telefone para não esquecer. Não só esse texto, mas todos os outros que estão escrito neste blog são para não (te)esquecer.

:*

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A BELEZA DE UM AMOR QUE (QUASE) NUNCA DÓI.

Gosto de fechar os olhos e rever nossa
história antes de dormir. Faço isso quase toda noite, em vez de contar
carneirinhos. Gosto de construir toda a linha do tempo, desde antes de você. Engraçado pensar que eu vivi tantos anos sem te conhecer e
fico tentando inutilmente imaginar se já não teríamos nos cruzado por alguma
esquina dessa cidade. Mas acabo sempre achando que não. Não entendo como uma
cruzada de olhares ficaria difícil adivinhar que você teria tudo aquilo pelo
qual eu me apaixonaria.
E me apaixonei. Não uma ou duas vezes. Tenho
vivido um estranho processo de me re-apaixonar e querer me re-apaixonar todos os dias. Acontece sempre que fico te
olhando trabalhar concentrado em alguma ideia. Ou quando ri de mim e me chama
de boba. Ou quando chega na cama quando já estou dormindo e me empurra bem pra
pontinha da cama, apesar dos meus gemidos ranzinzas.
Na linha do tempo que mentalmente traço toda
noite, fico tentando lembrar desses detalhes porque tenho medo que o tempo
apague alguns deles, preciosos e raros. Faço um esforço mental pra me lembrar
todos, porque não quero desperdiçar nenhum deles, e sempre me surpreendo ao
perceber como uma parceria pode gerar tanta coisa. Até as nossas discussões,
que muitas vezes viraram brigas, ficam na memória como aprendizado, porque elas
sempre terminam em aprendizado, daqueles que sem dúvida valem mais do que um
semestre de aula de filosofia na faculdade.
E nesse processo de construção da nossa
história, lembro de muitas coisas, como aquele dia que fomos assistir um show
de uma banda que você nem conhecia e hoje virou fã de carteirinha
E teve aquela vez em que fomos pra uma boate
estranha com gente esquisita e eu ganhei de você no último lance da sinuca em uma
bola muito improvável.
Ou daquele carnaval em que passamos quase
todos os dias dormindo juntinhos – de conchinha - e eu só queria que o relógio
contasse ao contrário para que todos os dias virassem noites e eu poder ficar
mais um pouquinho com você.
Teve aquela vez em que no meio de uma super
festa em um sítio, eu me empolguei na cerveja e você ficou pirado porque eu não
fiquei muito afim de fazer aquele “sexo animal” que tanto ansiávamos e mesmo
assim fizemos e – mesmo sem me lembrar de muita coisa – eu tenho certeza de que
foi bom.
A nossa linha do tempo está recheada de
muitas outras histórias como essas – volta e meia surge uma nova na lembrança e
eu a revivo, detalhe por detalhe, pra ter certeza que não vou desperdiçar mais
esses momentos da vida. Hoje, analisando esses 2008 dias juntos, tento entender
a razão de tanta compatibilidade, de tanto sentimento e só consigo imaginar que
nos completamos tanto porque somos dois inteiros e não duas metades em busca de
uma tampa pra panela. E que é sempre tão bom estar com você porque temos plena
consciência de que nada é eterno se quisermos que dure, precisamos nos cuidar
todos os dias. E porque você consegue despertar o que há de melhor em mim e eu
consigo despertar o que há de melhor em você, sem a pretensão de sermos dono um
do outro – queremos, em vez disso, sermos eternos parceiros, enquanto a
eternidade subjetiva da vida permitir. Dessa forma, quero te pedir mais uma vez
a oportunidade de viver sem tabus, a beleza de um amor que (quase nunca) não é
dor.
Adaptado. Barbosa, Jaque. A beleza de Um Amor que Não É Dor.
13 de fevereiro de 2012 Extraído em 14 de
fevereiro de 2012.

Do que eu viver.

É preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê...''