quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Quando as borboletas não voam mais.

Elas me rondavam, faziam do meu estômago o seu céu. Me cobriam da cabeça aos pés e faziam com que eu esquecesse de qualquer outra coisa. A única coisa que eu conseguia pensar é em como elas conseguiam fazer tudo isso em menos de 1 segundo.

Simples: era só eu chegar em você. Era só ver você. Era só olhar pra você que elas começavam a voar desesperadamente em uma tentativa falida de te agarrar e trazer pra dentro de mim. Algumas vezes elas conseguiam, outras não. Mas nunca deixavam de voar e cada vez que te viam começava tudo de novo, queriam sair pela boca, mas só alcançavam o estômago.

Depois de um tempo em que você andou sumido elas foram se acalmando e não voam mais. Uma pena. Porque quando elas voam eu sei que está tudo certo. Borboletas só voam quando tem certeza. Aí não tenho dúvidas de que você é o cara, o único cara que as fazem voar.

Nos últimos tempos elas só voam no meu coração, que perde o compasso toda vez que está longe de você.

:*

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Retribuir.

Resolvi te retribuir de tudo.

Da maneira mais louca que possa existir, vejo que a melhor maneira de me defender de você é me guardar. Eu tenho tantas coisas lindas pra lhe dar, mas você não as quis (não as quer?). Você resolveu deixar o jardim sem flor, a boca sem sorriso, os olhos com lágrimas e um coração partido.

Resolvi retribuir toda a indiferença, dor, desespero e falta de atenção que você me dedicou incansalvelmente nestes longos anos de agonia. Todos os passeios não dados, as noites não durmidas de "conchinha", e os Natais sem presente.

Resolvi retribuir e guardar também todo o amor que sinto. Todo esse sentimento que tenho aqui que não morre nem por asfixia. Todas as lembranças de um amor que podia (e pode ainda se você quiser) ser tão lindo. Tão cheio de uma casa com jardim, um labrador e cinco crianças no jardim.

Resolvi retribuir também todas as chamadas não atendidas, mensagens não lidas e palavras não ditas. A essa altura do amor, palavras não ditas são como doses cavalares de arsênico para que o seu ombro se torne mais interessante do que eu.

Resolvi retribuir como seria minha vida sem você. Em como eu teria que começar todo aquele processo de cinema-jantar-praia. Mas nessa parte me deu uma enorme preguiça, confesso.

O que eu queria retribuir mesmo é um "selinho", café preto e jornal. Um café da manhã na cama. Um filme de ficcção cientifíca, um cheiro no cangote, contas no final do mês e planos para o futuro.

No final sempre fico sem saber se retribuo ou se os guardo debaixo do travesseiro, como sempre por não saber se você os quer, sem saber se você me quer.

;*

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Deserto.

Eu vejo um imenso vazio algo, como se pudesse comparar, como tamanho do universo, um mundo sem cor, uma vida sem alegria, sem graça, sem sorrisos, sem cheiros, abraços e toques.

Vejo um monte de gente desinteressante, um ouvido vazio de sons, vazio de palavras suas que tem o poder de fazer sentir-me muito mais eu. Um tédio e ócio enormes dentro de uma casa e um coração completamente desertos de você.

Deserto sem água, este que é minha vida por ter que ficar sem e longe dos seus olhos castanhos, cabelos cacheados - levemente crespos e sorriso incomparável.

Penso se conseguirei recuperar isso algum dia, mas não. Eu lhes dei de presente como prova do meu amor. E presente que se dá, não podemos tomá-lo ou dar a terceiros. Eles são só seus. E se houver alguma forma de recuperá-los, quero da maneira mais eficente que há: VOCÊ!

Você que eu amo incondicionalmente, você que desde que vi a primeira vez não pude mais esquecer, você que eu amo tanto que chega a doer. Você que erro tanto por amar demais, que desperta os meus melhores e piores (no melhor sentido) sentimentos. Que me fez conhecer-me quanto mulher e companheira.

Me encontro sem palavras mais, todas elas foram embora quando você decidiu ir também.

Volte, para que tudo mais volte. E em dobro.


:*

Do que eu viver.

É preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê...''